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Por que a perna fica pesada pós AVC e como tratar?
Olá, você teve um AVC e sente que a sua perna fica muito pesada? Então fique aí que eu vou falar sobre isso. Meu nome é Ludmila Tone, sou fisioterapeuta, já atuo há mais de 18 anos na recuperação de pessoas que tiveram AVC. E através do meu canal no YouTube falando de AVC para você e do meu Instagram, LudToneFísio, eu respondo perguntas todos os dias a respeito de AVC. E diria que essa faz parte das top 10 do ranking, vamos dizer assim, das 10 mais a respeito de AVC.
O Ludmila, por que a minha perna fica tão pesada? E aí eu já vi várias respostas. Pessoas que falam, não, é assim mesmo, com o tempo vai passar. Isso é normal de acontecer após o AVC. E aí eu diria que muita coisa que a gente acha que é normal, talvez não seja. E talvez não seja necessariamente por conta do AVC.
Então vamos falar um pouco sobre isso. Primeiro, é esperado que a perna fique pesada? É esperado que você tenha alguma alteração de força muscular que pode levar a sua perna ficar com uma sensação de peso sim, ok? Mas isso não é regra. Tem gente que tem diminuição de força muscular e que a perna não fica tão pesada assim. Então depende do grau de força muscular.
Se você tem uma diminuição, um grau 1 de força muscular, lembrando que a gente tem uma graduação até 5, 5 é normal e 0 é não ter força nenhuma. Então vamos imaginar que você tem grau 1 de força muscular, a sua capacidade de movimentar o pé ou a perna vai ser menor do que quem tem grau 3. Então provavelmente a sensação de peso pode acontecer em quem tem grau 1 e não acontecer em quem tem grau 3, porque quem tem grau 3 se movimenta mais.
Ok? E a sensação de peso nesses casos acontece porque se você tem menos movimento, você impede um retorno venoso mais adequado, porque o retorno do sangue lá da periferia para o coração, ele acontece também através da contração muscular. Na hora que o músculo contrai, ele faz como se fosse uma pressão nos vasos sanguíneos, ajudando a fazer esse retorno venoso. Se você tem pouca contração muscular, se você não se movimenta muito, você não consegue fazer essa pressão nos vasos e o retorno fica mais difícil.
E aí, se esse retorno fica mais difícil, o que acontece? Pode ser que a sua perna fique mais inchada. Pode ser que exista essa sensação de perna mais pesada, porque uma perna inchada realmente é uma perna mais pesada, sem mobilidade. Deu para entender essa primeira alternativa? A segunda alternativa pode ser uma sensação, literalmente uma sensação. Você não tem a sensação adequada do sua perna.
E às vezes você nem está com algum pé ou com a perna tão inchada, mas a sensação é de peso. Então você tem alguma alteração de sensibilidade que pode vir lá da área da lesão, como pode vir também por uma alteração nervosa mais periférica, que é o caso, por exemplo, de uma compressão nervosa, que pode vir de ciático, que pode vir de uma tensão da musculatura e aí gerando um um aumento da condução neural para aquela região, e aí gerando toda aquela alteração sensitiva no nervo sensitivo. Então isso pode ser uma alteração de sensibilidade. E um terceiro ponto, a gente pode pensar em um problema vascular. Então você se movimenta muito ou você se movimenta pouco, independente disso, e mesmo assim a sua perna, ela incha.
E aí você pode ter um problema de origem vascular, uma doença, uma insuficiência venosa ali da sua veia, do seu vaso, impedindo um retorno mais adequado ali daquele líquido linfático, que a gente chama que é a linfa, que é o líquido que está dentro dos vasos linfáticos, né?
Então a gente pode pensar em uma alteração do vaso linfático ou da veia, e aí você precisa também ter um parecer de um angiologista, de um médico, para que realmente defina se existe alguma alteração vascular ou não.
Então, assim, muita gente fala que é normal que o exercício melhore. Sim, nesse caso, se você for ganhando força muscular, for melhorando a mobilidade, se for o primeiro caso, ok. Se for uma questão vascular, não vai melhorar, talvez, com o exercício, porque o problema continua lá. Se for uma questão sensitiva e se você não estiver fazendo uma conduta para uma desensibilização ou uma sensibilização, são trabalhos sensitivos, também provavelmente não vai melhorar.
Fora isso, um quarto aspecto que eu não falei, que talvez seja importante também, é que você pode ter associações de problemas que não tem nada a ver com o AVC, mas que por conta de todas as alterações que foram geradas após o AVC, esses problemas se exacerbam depois do AVC. Então, uma artrose no joelho, uma diminuição que já acontecia de força na coxa, algum problema específico no tornozelo, uma ruptura de um ligamento que você já teve anos antes e que nunca te incomodou muito, mas agora pode gerar dor e aí pode gerar limitação de mobilidade. E aí é importante você pensar nisso. Bom, já tive alguma coisa antes do ABC nessa perna que possa justificar e que possa estar relacionada? Então, olha só a variedade de situações que a gente pode se encaixar. Então, espero que tenha te ajudado. Se eu te ajudei, comente aí.
Curta, compartilhe, porque pode ajudar outras pessoas. Porque eu estou sempre aqui, todos os dias, falando de AVC para você que tem AVC ou para você que cuida de alguém que tem AVC. Até a próxima!